quinta-feira, 27 de março de 2008

Supermercado Serrano x córrego Poscium: a natureza leva a melhor

[Texto de Roberto Zullino, morador da Granja. Publicado com a permissão do autor.]


Quando pensamos que a burrice humana tem limites, nos enganamos. O homem é capaz de proezas inimagináveis. Hoje, dia 27 de março, assistimos à inundação AUTO-INFRINGIDA do Serrano. Deve ser o primeiro caso no mundo: iremos para o Guiness. Finalmente o mundo se curvará ante a Granja Vianna.

Espero não ser acusado de nada a não ser estar me mijando de tanto rir, ao ver que a burrice punida não tem preço. Foi o melhor exemplo de tiro no pé visto nos últimos tempos.

As antas construíram a ponte sobre o córrego Potium e diminuíram a secção do mesmo. Deu no que deu, inundou. A Promotoria de Cotia está movendo uma Ação Civil Pública contra o aborto de obra que foi feita.

Só falta processarem a prefeitura pela inundação, coisa que, se não me engano, tentaram fazer antes. Ainda bem que a Promotoria entrou com uma ação antes. Do contrário correríamos o risco de ter de pagar os prejuízos com nossos impostos.

Processar a prefeitura para ganhar algum pelo prejuízo causado pela auto-idiotice. Uma visão socialista heterodoxa certamente, mas quem somos nós para criticar esses novos conceitos econômicos do tipo “uso área pública, fico com o lucro e se der algum problema passo o prejuízo para a sociedade”, em resumo, nós?

Até polícia veio porque uma moça tentava tirar umas fotos da comédia de pastelão e foi ameaçada de agressão por um dos funcionários do Serrano; é de praxe. Ameaçada, chamou a polícia, onde estamos? Essa é a educação que queremos que nossos comerciantes tenham?

Polícia, transeuntes, desocupados, clientes, uma comédia. Tudo isso com os funcionários tirando a água enlameada. Quem viu, viu; quem não viu, não desanime que poderá se divertir em novas ocasiões; afinal, estamos em março.

Amanhã deve ter promoção no supermercado. Não percam.

Precisa ser muito inteligente para saber que a natureza se vinga?

Em homenagem à inteligência vigente só posso fazer a frase: eu çy divirtu.

[Fotos: Movimento Granja Viva]

O córrego Poscium retoma o espaço que o homem lhe tirou...


... e invade a loja do algoz, o supermecado Serrano.

Mais segurança na Fernando Nobre

[Permitida a reprodução, desde que citados o blogue e a autora.]

A reunião entre a Associação Amigos da Estrada Fernando Nobre e o Conseg Granja Vianna, ontem à noite, no colégio Sidarta, apontou algumas soluções para os problemas enfrentados pelos usuários da via, vítimas de assaltos e seqüestros-relâmpago. Se de dois anos para cá muito pouco foi feito pelos órgãos públicos de Cotia, parece que dessa vez as coisas serão diferentes.
Um conjunto de características torna a Fernando Nobre alvo preferencial de criminosos. Os buracos e as lombadas fora de padrão, altas demais, levam os motoristas a diminuir muito a velocidade dos veículos, transformando-os em presas fáceis. É exatamente nos pontos com esses problemas que os assaltantes esperam, escondidos no mato e protegidos pela escuridão -- conseqüência da falta de iluminação pública.
Além disso, o fato de a estrada ser vicinal, ligando três municípios, e abrigar condomínios de classe média alta faz com que os criminosos marquem presença ali, agindo, muitas vezes, à luz do dia. E longe das vistas da segurança particular (paga pelos moradores da região), que circula na Fernando Nobre noite e dia.
As abordagens são feitas a pé, com motos e com carros. Os criminosos bloqueiam a passagem dos veículos dos moradores, seqüestram-nos e, enquanto uma parte do bando os vigia, outra realiza saques com os cartões das vítimas. Três são os locais dos saques: o Extra Cotia, o Extra do Butantã e o Carrefour.
Uma reunião da Associação Amigos da Estrada Fernando Nobre, em 2006, levantou esses problemas, solicitando intervenção dos órgãos públicos. As prefeituras de Jarinu e Barueri tomaram providências, mas a de Cotia -- como de hábito -- nada fez. Em função desse descaso, os assaltos tornaram-se mais freqüentes.
(Uma prefeitura que comete o descalabro de construir um "parque de eventos" com dinheiro público, para abrigar espetáculos privados, e descuida da segurança dos cidadãos, merece não apenas punição política e repúdio dos eleitores como também ser levada à Justiça, para devolver o valor gasto indevidamente. Mas esse é outro assunto. Voltaremos a ele em nova ocasião.)
A reunião de ontem discutiu precisamente esse aumento de ocorrências. E o descaso da prefeitura de Cotia foi alvo da crítica de muitos moradores. Agora, porém, parece que a solução está a caminho. Por um lado, Luis Gustavo Napolitano, subprefeito da Granja Vianna, prometeu iniciar ainda esta semana uma operação de emergência na Fernando Nobre, corrigindo as lombadas, tapando buracos e cortando o mato. Por outro lado, os representantes da polícia -- o capitão Claudio Valente, da PM, e o delegado do 2o. distrito, Alexandre Palermo --, além de aumentar a vigilância da estrada, reúnem-se na próxima terça-feira com os representantes dos Consegs de Cotia para elaborar um plano de trabalho conjunto e emergencial.
O serviço de inteligência da polícia também entrou em ação, segundo informou o novo delegado de Cotia, Ricardo Maluf, cuja formação se deu precisamente nessa área. O primeiro resultado foi a prisão, há duas semanas, de uma quadrilha que agia na cidade. Tomara o mesmo aconteça, e breve, com o bando que ataca os moradores e usuários da Fernando Nobre.
Para isso, frisou o delegado Alexandre Palermo, a população da área precisa ajudar a polícia, fornecendo informações. É com elas que o pessoal da inteligência trabalha. Por isso é fundamental que vítimas e testemunhas procurem a delegacia para fazer Boletins de Ocorrência e/ou enviem por e-mail, às autoridades policiais, as seguintes informações:
  • características do veículo abordado;
  • características dos veículos dos criminosos e quantos estavam envolvidos na ação;
  • local exato e horário da ocorrência
  • descrição de como a abordagem se deu e do número de assaltantes;
  • descrição do tipo físico deles: altura, compleição, tipo de cabelo.
Essas informações devem ser enviadas para:

delegado Alexandre Palermo - ampalermo@gmail.com
capitão Valente - claudiovalente@polmil.sp.gov.br
tenente Marcos - marcosveloso187@hotmail.com.

Atentos, os moradores ouvem...


... as explicações dadas pela mesa (da esquerda para a direita: Ricardo Maluf, delegado de Cotia; Cristina e Ozair, do Conseg Granja Vianna; Alexandre Palermo, delegado da Granja e capitão Valente, da PM de Cotia).




segunda-feira, 24 de março de 2008

Gafisa/Sispar: um projeto diferenciado

[Permitida a reprodução, desde que citados o blogue e a autora.]
















Foi uma grata surpresa a reunião que os representantes do movimento de moradores realizaram com a Gafisa/Sispar (foto), no Espaço Conhecer, para conversar sobre o condomínio Raízes Granja Vianna. O projeto é realmente diferenciado, em comparação ao que temos visto por aqui. Se todos os empreendedores viessem para cá com a preocupação ambiental da Gafisa/Sispar, o impacto da corrida imobiliária à Granja seria bem menor e poderia ter assimilação rápida.
A demonstração de respeito por nós, moradores, também foi um diferencial. Estiveram presentes à reunião um dos sócios da Gafisa, José Celani, além do diretor da Sispar Paulo Roberto Funari e do arquiteto responsável pelo projeto do Raízes, Wiz Frederico Rangel de Freitas, o Fred. Durante quase três horas eles nos explicaram os detalhes do empreendimento -- com lançamento previsto para este sábado, 29 de março -- e responderam às nossas dúvidas. Também atenderam nossa solicitação de oferecer uma compensação socioambiental à população da Granja.
Vamos aos tópicos apresentados e discutidos durante a reunião.
  1. Respeito à topografia - O projeto foi elaborado respeitando ao máximo a topografia natural do terreno. Por isso, não haverá caminhões com terra entrando e saindo do empreendimento. A movimentação será feita dentro do próprio condomínio, uma vez que somente 12 mil m3 de terra serão realocados. Os projetos das casas também respeitam a topografia: na parte baixa elas terão três pavimentos, para evitar intervenção na configuração natural da gleba.
  2. Respeito às ávores - Ao contrário de outros empreendedores, que promovem o desmatamento total dos lotes, o Raízes incorporou as árvores ao condomínio. Antes mesmo do esboço do projeto, conta Fred, foi feita a catalogação de todas elas. Das 532 existentes, 75% serão mantidas. "Tiraremos apenas aquelas que estão mortas e sem condições de se desenvolver. Manteremos as nativas e, entre elas, as espécies mais importantes e mais representativas da Mata Atlântica", explica o arquiteto. Até mesmo o trajeto das ruas, o desenho da área comum de lazer e a implantação das casas respeitam a localização das árvores. Várias delas ficarão nos quintais e jardins das residências, incorporando-se à decoração. Foram projetados até mesmo deques de madeira com aberturas que deixam passar os troncos, para evitar o corte de árvores.
  3. Permeabilidade do terreno - As áreas verdes e o uso de piso intertravado absorverão grande parte da água da chuva. O projeto mantém permeáveis 80% do terreno.
  4. Incômodo mínimo à vizinhança - Para evitar caminhões estacionados na rua, que é estreita, foi prevista uma área de estacionamento interna para as entregas de gás e coleta de lixo. A vizinhança agradece!
  5. Compromisso com o movimento de moradores - A Gafisa e a Sispar comprometeram-se a: a) construir logo a calçada externa do empreendimento, a fim de não prejudicar a passagem de pedestres; b) manter a rua limpa e conservada; c) orientar visitantes e fornecedores a estacionar dentro do futuro condomínio e não na rua; d) ratear, com a vizinhança, a contratação de seguranças particulares.
  6. Contrapartida socioambiental - A Gafisa fará o paisagismo da ilha que fica entre a Raposo Tavares e a avenida marginal que leva ao Wal Mart, com plantas nativas da Mata Atlântica.
Recado aos demais empreendedores: sigam o exemplo da Gafisa/Sispar. Os moradores e a natureza agradecem.

Outras informações
Condomínio: Raízes Granja Vianna
Endereço: rua Gal. Fernando V. C. Albuquerque
Data da reunião: 19 de março de 2008
Representantes presentes: José Celani,
sócio da Gafisa; Paulo Roberto Funari, diretor da Sispar; Wiz Frederico Rangel de Freitas (Fred), arquiteto responsável pelo projeto.
Arquitetura: Uniarq
Paisagismo: Martha Gavião
Incorporação: Sispar
Construção: Gafisa

terça-feira, 18 de março de 2008

Cyrela/Concima: reunião positiva

O resultado mais importante da reunião entre os representantes do movimento de moradores e a Cyrela/Concima (CC), realizada ontem, foi o bom início do diálogo entre nós e as construtoras/incorporadoras. Embora, em muitos momentos, houvesse exaltação de parte a parte -- eles não acostumados ao questionamento da vizinhança e estranharam a assertividade das mulheres do grupo --, o clima foi de disposição para o entendimento.

Conseguimos até mesmo uma compensação socioambiental pelo impacto que o condomínio trouxe à vizinhança: a ponta da gleba, na esquina das ruas gal. Fernando Albuquerque e Adib Auada, será transformada em praça para uso da comunidade. A CC cederá mão-de-obra e fará a demarcação da área, além de oferecer bancos para descanso; os moradores se ocuparão do projeto paisagístico.

O ponto de mais difícil negociação foi o muro que a CC pretende construir perto do córrego, e cuja autorização, dada pelo DEPRN, foi irregular por se basear numa resolução do Conama (369/2006) que permite apenas a construção de cercas, como dispõe o artigo 11, inciso VII. Os moradores, dispostos a ir à Justiça, conseguiram a promessa de que construtora e incorporadora reverão o projeto. Caso eles decidam não adequá-lo à legislação, iremos à Justiça.

Os outros itens foram negociados com facilidade. A CC se comprometeu a:
  • lavar a rua todas as sextas-feiras, para evitar que o barro impeça a movimentação, na calçada, dos vizinhos da obra;
  • solicitar aos funcionários que não joguem entulho nos fundos da gleba, perto do córrego;
  • solicitar aos terceirizados, que fazem propaganda do condomínio nos finais de semana, que evitem estacionar no início da rua, atrapalhando o tráfego local, e que joguem lixo e restos de lanche em locais apropriados;
  • evitar trabalhar aos domingos, fazendo-o só quando for estritamente necessário;
  • não fazer cortes de árvores de madrugada, como já aconteceu;
  • ratear, com a vizinhança, a segurança da rua;
  • receber o relatório que os moradores farão sobre os prejuízos causados com a movimentação de veículos pesados e reparar o que for preciso.
Foi uma primeira vitória. Outras virão.

Outras informações
Condomínio: Vertentes Granja Viana
Endereço: rua Gal. Fernando V. C. Albuquerque, 775
Data da reunião: 18 de março de 2008
Representantes presentes: Fernando Pescarmona, engenheiro responsável pela obra, e Eurico Machado, gerente técnico (ambos da Concima)
Incorporadora: Cyrela
Construtora: Concima


domingo, 16 de março de 2008

A farsa do Plano Diretor de Cotia - introdução

Inconformada com o fato de a prefeitura negar a nós, cidadãos, acesso ao PL do novo zoneamento, estou há horas pesquisando, na internet, leis, estatutos e sites ligados à democracia participativa e à participação popular.
Pois bem: a prefeitura fez tudo errado, desde o começo. As "audiências públicas" foram apenas formais, nominais, reduzindo-se a palestras, sem que a população efetivamente discutisse o que quer da cidade e como a quer. Nem mesmo houve interesse em explicar aos cidadãos o que é plano diretor, lei de zoneamento e o que elas mudam na vida de cada um. Propus-me a escrever uma cartilha sobre isso, mas o assunto acabou morrendo. Não houve vontade política para tanto.
Desse modo, os técnicos que elaboraram o PL fizeram-no sem o aporte das sugestões e decisões comunitárias.
Para culminar, a prefeitura decidiu, contrariando o bom senso e a legislação do país, impedir que conhecêssemos a lei que vai dirigir nossas vidas nos próximos 10 anos.
ASSIM NÃO DÁ!!!
Protocolei na prefeitura, como prometido, ofício solicitando cópia do PL. O prazo de resposta é de 15 dias. Caso a cópia não nos seja entregue, tomaremos as medidas cabíveis, estabelecidas em lei. Vou ligar para o jurídico da prefeitura ainda esta semana e questionar essa decisão inconstitucional.

Diante de tudo isso, penso que o Alfredo tem razão: devemos, sim, institucionalizar nosso movimento, formando uma associação civil. Vamos colocar o assunto em discussão?

sexta-feira, 14 de março de 2008

Cotia sem rodeios! Texto do abaixo-assinado

Para assinar: http://www.PetitionOnline.com/ba20by08/petition.html


A Prefeitura, Câmara Municipal, Ministério Público, realizadores e patrocinadores do rodeio de Cotia

NÓS, ABAIXO-ASSINADOS,

considerando que, nos rodeios, animais são submetidos a maus tratos e a sofrimento físico e mental;

considerando que, além de desrespeitosos aos mais elementares direitos dos seres vivos, os procedimentos adotados nos rodeios são considerados crimes previstos na legislação brasileira de proteção animal -- veja-se, em especial, o artigo 32º. da Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais) e os artigos 2º. e 3º. do Decreto 4.645, de 10 de junho de 1934;

considerando o disposto no artigo 225º., § 1, VII, da Constituição da República Federativa do Brasil;

considerando o disposto na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, estabelecida pela Unesco, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU);

reivindicamos:

a) não seja realizada a 11ª. edição do rodeio da cidade de Cotia, estado de São Paulo, Brasil, com início previsto para 28 de março de 2008;

b) não seja realizada nenhuma outra edição deste rodeio, ou de outro evento semelhante, que envolva animais;

c) seja elaborada, aprovada e publicada o mais depressa possível, no município de Cotia, lei que proíba a realização de eventos com animais, tais como rodeios, circos, festas de peão de boiadeiro, farras do boi e quaisquer outras que impliquem submissão, estresse, sofrimento, maus tratos e outras crueldades impostos a animais.

São Paulo, 13 de março de 2008.

Para assinar: http://www.PetitionOnline.com/ba20by08/petition.html



quinta-feira, 13 de março de 2008

Rodeio não!!!

Quando o assunto é o bem comum, a prefeitura de Cotia se omite, mas, quando o tema é gastar dinheiro público, o NOSSO dinheiro, para torturar animais em nome de uma suposta "diversão" e satisfazer a perversidade de alguns seres humanos, ela age rapidinho.
Pois bem: acabo de saber, pelo Nelinho, do Voto Consciente, que ESTÃO ACELERADAS AS OBRAS PARA A CONSTRUÇÃO DO LOCAL DO RODEIO DE COTIA, QUE VAI COMEÇAR EM 28 DE MARÇO.
E quem o promove? Cabo Givaldo e Quinzinho Pedroso, que dispensam apresentações.
Minhas sugestões:
1. Organizar um abaixo-assinado pela internet contra a realização do rodeio, a exemplo do que já vem sendo feito em relação a Osasco e Barretos;
2. Encaminhar moções de protesto à câmara dos vereadores e à prefeitura;
3. Iniciar uma campanha contra isso pela imprensa.
PEÇO AOS PROTETORES DE ANIMAIS E DEMAIS INTERESSADOS EM ACABAR COM O RODEIO DE COTIA PARA QUE ENTREM EM CONTATO COMIGO, A FIM DE ELABORARMOS AS ESTRATÉGIAS DO TRABALHO.

terça-feira, 11 de março de 2008

Greendome, o condomínio vertical da Granja


O movimento de moradores não dorme no ponto!

Giulio Bertoni, do Gramado, fotografou a placa do novo empreendimento e foi ao Google localizar o terreno. "Pelo tamanho do lote, o condomínio não deve ser muito grande", informou ele. "Mas muitas árvores serão cortadas", alertou. Para ver a imagem aérea do local, acesse Gmail - local.JPG.

Luis Gustavo Napolitano, subprefeito da Granja Vianna, avisa que o empreendimento é de altíssimo padrão, semelhante aos "prédios localizados em frente ao Parque Villa-Lobos, em São Paulo".

Hoje liguei novamente para a Itaplan, mas o responsável pelo novo condomínio -- batizado de Greendome -- só estará lá amanhã. Também entrei em contato com a construtora Molnar, que só amanhã me dará um retorno sobre quem é o responsável pela obra. Vamos agendar reuniões com eles.




segunda-feira, 10 de março de 2008

Iluminação na Raposo Tavares: demora do novo contrato põe em risco os transeuntes

A notícia de que o DER finalmente decidiu contratar em caráter permanente uma empresa para a manutenção das luzes da Raposo Tavares até que seria alvissareira, não fosse a demora para efetivar essa contratação. É que ela depende de uma licitação que ainda não foi feita e de um processo burocrático obrigatório que levará meses para ser concluído. Isso significa que só no segundo semestre a manutenção voltará a ser feita.

Há dois anos o DER assumiu o gerenciamento da iluminação da Raposo, que antes era da responsabilidade da Eletropaulo, como explica o engenheiro Gerson Sancinetti de Oliveira, gerente de operações da UBA-Cotia. “Durante esse período trabalhamos com empresas temporárias para sanar os problemas mais urgentes. Este ano, com o contrato de longo prazo, a meta é fazer uma reforma completa no sistema”, informa Gerson.

Essa reforma inclui a troca do cabeamento e dos 400 postes da rodovia. Alguns já foram substituídos. Em vários pontos da Raposo vêem-se postes de duas pétalas no lugar dos mais antigos, de quatro pétalas. Essa troca foi possível porque as lâmpadas usadas agora, de vapor de mercúrio, iluminam mais e consomem menos energia. O problema é que aquelas que queimarem não poderão ser substituídas antes da contratação da nova empresa.

Isso cria um problema sério para os usuários da Raposo, em especial para os pedestres. O apagão do quilômetro 31, por exemplo, deixa às escuras a passarela e põe à prova a coragem dos transeuntes. O lugar virou alvo de assaltantes, conta Eugênio Machado Ribeiro, presidente da Sociedade Amigos do Gramado e membro do Conselho de Ética e Disciplina do Conseg Granja Vianna: “Na última reunião do Conseg Cotia Centro, da qual participei, houve queixas nesse sentido. Também há reclamações de estupro”.

Há muito Eugênio denuncia o problema da iluminação na Raposo. Em 2006 chegou a acionar o Ministério Público, que descobriu uma ação criminosa: os atendimentos eram feitos por empresas terceirizadas que deletavam as pendências do sistema, davam o serviço como realizado e recebiam por ele. Esse tipo de crime deve acabar com o contrato permanente. A pergunta que fica, porém, é: e até lá, quem garante a segurança dos transeuntes?



Esta matéria também foi publicada no site da revista Circuito: http://www.revistacircuito.com/99iluminacao.asp

Esgoto do CPD continua poluindo as águas de Cotia

Que grande parte do esgoto de Cotia é jogado nos rios e córregos da região não é segredo para ninguém. Não há rede de saneamento nem políticas públicas no sentido de esclarecer a população e oferecer soluções alternativas, como a construção de fossas sépticas e a instalação de biodigestores. Mas saber que um órgão do governo do estado – o mesmo governo que inventou o programa Município Verde e que se diz preocupado com a questão ambiental – polui os corpos d’água de Cotia é revoltante.

Mas é exatamente isso que acontece. Os Centros de Detenção Provisória (CDPs), localizados no quilômetro 20 da Raposo Tavares, continuam jogando esgoto nos rios Ipê e Carapicuíba. E não é pouca coisa: são 63 metros cúbicos por hora, informa Marcelo Torres Ribeiro, morador do Gramado que há quatro anos reivindica dos órgãos públicos uma solução para o problema. “É inadmissível que o governo Alckmin tenha construídos os CDPs sem equipamentos para tratamento do esgoto”, afirma Marcelo. “Mas também é inadmissível que o governo Serra não tome nenhuma providência em relação a isso”.

O caso está nas mãos do Ministério Público (MP) de Osasco. No ofício 829/07 e 830/07, encaminhado ao promotor Fábio Luís Machado Garcez em 1 de fevereiro deste ano, a Sabesp informa que a estação elevatória dos CDPs funciona “de forma adequada”. Marcelo contesta: “O esgoto continua indo para os rios”. Para a Sabesp, isso pode acontecer “eventualmente”, quando há sobrecarga na estação. Para moradores da região, a questão não se coloca nesses termos. Poluição ambiental é poluição ambiental de todo modo, “eventual” ou não. E, nesse caso particular, ela é constante.

As autoridades parecem não se dar conta de que estações elevatórias não resolvem o problema. É necessária, no mínimo, a construção de uma estação de tratamento – que, como constata a própria Sabesp, no ofício enviado à promotoria, não existe. Mais: cópias de contas em poder de Marcelo atestam que a Sabesp cobra, dos CDPs, R$ 300 mil ao mês por serviços de água e esgoto. Se o serviço é cobrado, por que não é realizado? Por que a Sabesp afirma que o esgotamento dos CPDs não é de sua esfera, e sim da Secretaria de Administração Penitenciária?

Para terminar: por que o próprio estado não cumpre o que estabelece a legislação estadual? O artigo 3º. da lei 997, de 31/5/1976, por exemplo, diz textualmente: “Fica proibido o lançamento ou liberação de poluentes nas águas, no ar ou no solo. Parágrafo único - Considera-se poluente toda e qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou indiretamente, cause poluição do Meio Ambiente (...)”. A regulamentação dessa lei (anexo a que se refere o decreto 8.468, de 8/9/1976) reafirma: “Art. 2º. Fica proibido o lançamento ou a liberação de poluentes nas águas, no ar ou no solo. Art.3º. Considera-se poluente toda e qualquer forma de matéria ou energia lançada ou liberada nas águas, no ar ou no solo (...)”.

E então, governo no estado de São Paulo, como ficamos?

Esta matéria também foi publicada no site da revista Circuito: http://www.revistacircuito.com/99esgoto.asp.

Condomínio vertical na Granja Vianna

Hoje pela manhã, a paisagista Fau Barbosa deu o alerta, em seu blogue, de que a construtora Itaplan colocara, na Raposo Tavares, um anúncio sobre o "primeiro condomínio vertical de alto padrão" na Granja, na estrada do Espigão. Fau foi conferir e viu a placa da Itaplan no local: estrada do Espigão, 683 (detalhes em http://faubarbosa.uniblog.com.br/322948/mais-um-absurdo-na-granja-vianna.html).
A mobilização do movimento de moradores foi exemplar. A troca de e-mails e telefonemas, o dia inteiro, mostrou que estamos não só atentos como também dispostos a defender, por todos os meios (legais, claro), a região.
Entrei na página da Itaplan, mas não havia nada sobre o empreendimento. Liguei para lá e nenhum diretor estava presente, naquele horário (17h - antes disso meu telefone estava mudo), para fornecer informações. Falei com a corretagem; ninguém conhecia detalhes sobre o novo condomínio. Liguei para Benedito Simões, coordenador do grupo que elaborou a nova lei de zoneamento, e fui informada de que a prefeitura não autorizara nenhum prédio com mais de 4 andares na região, até porque esse é o máximo permitido por lei.
No início da noite um e-mail do Baraúna tranqüilizou todo mundo: os edifícios da Itaplan terão 4 andares, como estabelece a lei. A informação lhe foi dada por Luis Gustavo Napolitano, subprefeito da Granja, e por José Lopes Filho, consultor técnico da Secretaria de Administração e Planejamento. Por volta das 20h30, recebi um telefonema do vereador Laércio Camargo confirmando a informação do Baraúna.
Assim, pois, podemos dormir sossegados.
Boa noite a todos, e parabéns ao grupo pela rápida mobilização!



terça-feira, 4 de março de 2008

Fellini não via filmes

Eu não sabia disso. Quem me contou foi o Renato Janine Ribeiro, que foi meu professor na USP, numa conversa na sala contígua à da chefia do departamento de filosofia, em 2003. Falávamos sobre política científica -- ele, na época, se candidatara à presidência da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência e eu o apoiava -- e sobre o livro que o Renato estava acabando de escrever, e que tinha como subtítulo "Fellini não via filmes". Para ser um cineasta de primeira, argumentava Renato, Fellini não precisava ver filmes. Da mesma maneira, para ser um pesquisador de primeira, o aluno não precisava ler os filósofos na língua original. (Para quem não sabe, a maioria dos professores da USP exige que os pós-graduandos -- ou graduandos, conforme o caso -- leiam os pensadores na língua em que eles escreveram: grego, alemão, latim, francês arcaico, inglês... Por isso, todos nós, que cursamos filosofia na USP, aprendemos 2, 3, às vezes 4 idiomas.) Renato defendia uma formação cultural mais ampla e criativa, diferente daquela que tínhamos na FFLCH, focada em um determinado tema de determinado autor, e sem nenhum estímulo à criatividade (com algumas exceções, como Marilena Chauí, Olgária Mattos, Maria das Graças, Scarlett Marton, o próprio Renato, Sérgio Cardoso...). Claro que eu concordava, e ainda concordo, com ele.
Lembrei disso porque, na postagem de terça-feira passada, dei o título "Felliniana" a meu relato sobre a sessão da câmara de vereadores de Cotia. E fui para lá, hoje, esperando ver mais cenas dignas de um filme de Fellini. Para minha surpresa, isso não aconteceu. Se Fellini não via filmes, dessa vez nós, audiência da câmara, também não os vimos.
A sessão transcorreu tranqüila -- com exceção do Tagarela, claro, que, para fazer jus ao nome, ficou ali apenas cinco minutos, e nos cinco dirigiu-se à Mesa e falou alto, atrapalhando a leitura que se fazia do projeto de lei do zoneamento. Fora isso, os vereadores até que se comportaram de acordo com a seriedade que deles se espera. O público é que estava inquieto. O calor e o texto técnico demais para nós, leigos, levaram muita gente a ficar dispersa e a preferir conversar.
Foram duas horas, sem intervalo, de leitura. Os vereadores Rodrigo, Nadinho e Kalunga revezaram-se nela, e conseguiram chegar ao artigo 62 do projeto. São 81, no total. Com um pouco de boa vontade, na terça-feira que vem a leitura termina. O que virá depois? Para saber, é só ler a próxima postagem.
















O vereador Rodrigo Santos lê o projeto de lei do novo zoneamento da cidade.

Emendas ao PL do zoneamento irão a audiência pública

Assim que a leitura do projeto de lei do zoneamento terminar, provavelmente na próxima terça-feira, dia 11 de março, os vereadores terão 10 dias para apresentar emendas a ele. Em seguida, o PL, com as emendas, segue para as comissões permanentes da câmara -- como a jurídica e a de meio ambiente -- para apreciação. As comissões então marcarão audiências públicas, para que a população avalie a lei e os acréscimos, ou cortes, feitos pelos vereadores.
Essa é a boa notícia. Teremos tempo para ler, criticar, sugerir e até mesmo emendar -- o vereador Toninho Kalunga ofereceu-se para apresentar, formalmente, as emendas que nós julgarmos convenientes. Isso significa que teremos participação ativa no processo de elaboração final e de aprovação do PL.
Para facilitar o acesso da população ao projeto, seus anexos e mapas (que formam um calhamaço de mais de 300 páginas), a câmara os colocará em seu site, agora reformulado (http://www.camaradecotia.sp.gov.br/). Foi o que me garantiram o presidente da câmara, Moisés Cabrera Corvelo, e o vice-presidente, Laércio Leite de Camargo. Segundo o dr. Laércio, provavelmente na próxima semana o PL estará à disposição de todos nós, munícipes.





Audiência acompanha, atenta, a leitura do PL do zoneamento, na câmara municipal de Cotia.