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Foi uma grata surpresa a reunião que os representantes do movimento de moradores realizaram com a Gafisa/Sispar (foto), no Espaço Conhecer, para conversar sobre o condomínio Raízes Granja Vianna. O projeto é realmente diferenciado, em comparação ao que temos visto por aqui. Se todos os empreendedores viessem para cá com a preocupação ambiental da Gafisa/Sispar, o impacto da corrida imobiliária à Granja seria bem menor e poderia ter assimilação rápida.
A demonstração de respeito por nós, moradores, também foi um diferencial. Estiveram presentes à reunião um dos sócios da Gafisa, José Celani, além do diretor da Sispar Paulo Roberto Funari e do arquiteto responsável pelo projeto do Raízes, Wiz Frederico Rangel de Freitas, o Fred. Durante quase três horas eles nos explicaram os detalhes do empreendimento -- com lançamento previsto para este sábado, 29 de março -- e responderam às nossas dúvidas. Também atenderam nossa solicitação de oferecer uma compensação socioambiental à população da Granja.
Vamos aos tópicos apresentados e discutidos durante a reunião.
- Respeito à topografia - O projeto foi elaborado respeitando ao máximo a topografia natural do terreno. Por isso, não haverá caminhões com terra entrando e saindo do empreendimento. A movimentação será feita dentro do próprio condomínio, uma vez que somente 12 mil m3 de terra serão realocados. Os projetos das casas também respeitam a topografia: na parte baixa elas terão três pavimentos, para evitar intervenção na configuração natural da gleba.
- Respeito às ávores - Ao contrário de outros empreendedores, que promovem o desmatamento total dos lotes, o Raízes incorporou as árvores ao condomínio. Antes mesmo do esboço do projeto, conta Fred, foi feita a catalogação de todas elas. Das 532 existentes, 75% serão mantidas. "Tiraremos apenas aquelas que estão mortas e sem condições de se desenvolver. Manteremos as nativas e, entre elas, as espécies mais importantes e mais representativas da Mata Atlântica", explica o arquiteto. Até mesmo o trajeto das ruas, o desenho da área comum de lazer e a implantação das casas respeitam a localização das árvores. Várias delas ficarão nos quintais e jardins das residências, incorporando-se à decoração. Foram projetados até mesmo deques de madeira com aberturas que deixam passar os troncos, para evitar o corte de árvores.
- Permeabilidade do terreno - As áreas verdes e o uso de piso intertravado absorverão grande parte da água da chuva. O projeto mantém permeáveis 80% do terreno.
- Incômodo mínimo à vizinhança - Para evitar caminhões estacionados na rua, que é estreita, foi prevista uma área de estacionamento interna para as entregas de gás e coleta de lixo. A vizinhança agradece!
- Compromisso com o movimento de moradores - A Gafisa e a Sispar comprometeram-se a: a) construir logo a calçada externa do empreendimento, a fim de não prejudicar a passagem de pedestres; b) manter a rua limpa e conservada; c) orientar visitantes e fornecedores a estacionar dentro do futuro condomínio e não na rua; d) ratear, com a vizinhança, a contratação de seguranças particulares.
- Contrapartida socioambiental - A Gafisa fará o paisagismo da ilha que fica entre a Raposo Tavares e a avenida marginal que leva ao Wal Mart, com plantas nativas da Mata Atlântica.
Outras informações
Condomínio: Raízes Granja Vianna
Endereço: rua Gal. Fernando V. C. Albuquerque
Data da reunião: 19 de março de 2008
Representantes presentes: José Celani, sócio da Gafisa; Paulo Roberto Funari, diretor da Sispar; Wiz Frederico Rangel de Freitas (Fred), arquiteto responsável pelo projeto.
Arquitetura: Uniarq
Paisagismo: Martha Gavião
Incorporação: Sispar
Construção: Gafisa
2 comentários:
Sou moradora da Rua Saracura, do Condomínio Villa Vianna , ou seja, estarei diretamente em contato com as obras deste empreendimento já que muitas das casas serão construidas em frente à minha. Fico satisfeita em ouvir que grande parte das árvores serão mantidas porque na área em frente à minha casa existem MUITAS árvores e consequentemente muitos pássaros vêm cantar ali.
É ótimo saber disso, não é mesmo? Diante de tanto desmatamento, ter um projeto como esse por perto -- no seu caso, muito perto -- é um privilégio. Que os pássaros continuem sempre cantando, na sua e na nossa vida!
Um abraço,
Baby
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